quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

OGUM (Ògún):

É o temível guerreiro, violento e implacável, deus do ferro, da metalurgia e da tecnologia; protetor dos ferreiros, agricultores, caçadores, carpinteiros, escultores, sapateiros, açougueiros, metalúrgicos, marceneiros, maquinistas, mecânicos e de todos os profissionais que de alguma forma lidam com ferro e metais afins.
Conquistador, Ogum fez-se respeitar em toda a África negra por seu caráter devastador. Um oriqui ajuda a compreender melhor o poder de Ogum, que é respeitado, sobretudo, pelo medo que desperta.

Ogum que, tendo água em casa,
Lava-se com sangue.
Os prazeres de ogum são os combates e as lutas.
Ogum come cachorro e bebe vinho de palma.
Ogum, o violento guerreiro,
O homem louco com músculos de aço,
O terrível deus que se morde a si próprio sem piedade.
Ogum que come vermes sem vomitar.
Ogum que corta qualquer um em pedaços mais ou menos grandes.
Ogum que usa um chapéu coberto de sangue.
Ogum, tu és o medo na floresta e o temor dos caçadores.
Ele mata o marido no fogo e a mulher no fogareiro.
Ele mata o ladrão e o proprietário da coisa roubada
Ele mata o proprietário da coisa roubada e aquele que critica esta ação.
Ele mata aquele que vende um saco de palha e aquele que o compra.

Outro oriqui mostra o quanto Ogum é temido, mas revela também que não há protetor mais dedicado, pois Ogum sabe amparar seus filhos e não deixa que eles padeçam. Alem do mais, a violência de Ogum, embora desenfreada, nunca é gratuita.


Silencio. Cala-se a fala.
Nada na casa em nada bata.
Inhame novo ninguém vai pilar.
Ninguém vai moer nada.
Não quero ouvir menino vagindo.
Cada mãe que amamente seu filho.

Quando Ogum despontou
Vestido de fogo e sangue
O pênis de muitos queimou
Vagina de muitas queimou.

Senhor do ferro
Que enraivecido se morde
Que fere ferroa e engole
Não me morda.
(...)

Não me torture, Ogum terror.
Mão comprida
Que livra teus filhos do abismo
Livra-me.

Ogum é um orixá importantíssimo na África e no Brasil. Sua origem, de acordo com a história, data de eras remotas. Ogum é o último imole.
Os Igba Imolé eram os duzentos deuses da qireita que foram destruídos por Olodumaré após terem agido mal. A Ogum, o único Igba Imolé que restou, coube conduzir os Irun Imolé, os outros quatrocentos deuses da esquerda.
A história de Ogum ainda revela que, antes de tornar-se esposa de Xangô, Oiá (Oya) era companheira de Ogum. Era ela que manuseava o fole para manter aceso o fogo da forja.

Aspectos gerais:
SAUDAÇÃO: Ògún ieé!
DIA: Terça-feira
DATA: 13 de junho
METAL: Ferro (mas todos os metais são de Ogum)
CORES: Verde ou azul-escuro (Brasil), vermelho (África)
COMIDAS: Inhame assado e feijoada
SIMBOLOS: Bigorna, faca, pá, enxada e outras ferramentas
ELEMENTOS: Terra (florestas e estradas) e fogo
REGIÃO DA ÁFRICA: Iré
PEDRA: Lápis-lazúli
FOLHAS: Abre-caminho-de-Ogum, madeira de lei, aroeira-branca, cajarana, folhas de manga, palmeira, pau-ferro, caiçara, peregun (pau-d’água)
ODU QUE REGE: Ejiokomeji, Etaogundá, Owarín
DOMÍNIOS: Guerra, progresso, conquista e metalurgia

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